Você está pensando em trabalhar na França, mas se sente perdido em meio aos diversos tipos de contratos de trabalho? CDI, CDD, contratos de estágio… Como saber qual é o melhor para você, e como funciona cada um deles?
Fizemos esse post para descomplicar esse tema e te ajudar a entender um contrato de trabalho na França. Hoje, vamos explorar os tipos mais comuns de contrato, seus benefícios e quais as informações obrigatórias que todo contrato francês deve conter.
O CDI é o contrato de trabalho na França mais desejado, já que oferece estabilidade ao trabalhador. Ou seja, trata-se de um contrato sem prazo determinado para término, até que uma das partes decida rescindi-lo, sob condições específicas previstas na legislação trabalhista.
Ter um CDI facilita muito na hora de alugar, ou mesmo de financiar um imóvel, pois eles sempre pedem uma comprovação de que você terá renda suficiente para garantir o pagamento do aluguel/financiamento sem ficar endividado.
Este é o tipo de contrato mais parecido com o contrato CLT do Brasil.
O CDD, ao contrário do CDI, tem um prazo definido para expiração. Assim, ele é usual para necessidades temporárias, como projetos específicos ou substituições.
O contrat de travail à temps partiel é um contrato de trabalho em que o funcionário trabalha menos horas do que o padrão de 35 horas semanais da França. Por isso, ele é muito comum entre estudantes, pais que buscam conciliar trabalho e família, e em empregos de meio período.
Esse tipo de contrato é geralmente mediado por agências de trabalho temporário e é utilizado para trabalhos de curta duração.
Utiliza-se o contrat de travail intermittent para trabalhadores que exercem suas funções de maneira não contínua, ou seja, alterna durante o ano em períodos trabalhados e não trabalhados. Assim, esse tipo de contrato é comum em setores onde a demanda é flutuante, como no entretenimento, cultura, e eventos.
O contrat de travail saisonnier assemelha-se com o intermittent, com a diferença que no saisonier você trabalhará em uma época específica bem definida, por exemplo, em uma estação de ski no inverno, enquando que no intermittent você não sabe bem quando irá trabalhar. Assim, o travail saisonnier destina-se a atividades que ocorrem apenas em determinadas épocas do ano, como colheitas agrícolas, turismo e indústrias relacionadas ao inverno ou ao verão.
Este contrato destina-se a estudantes que buscam ganhar experiência profissional. Ou seja, ele é temporário e é regulamentado de maneira a garantir uma experiência educacional, além de profissional.
O termo “alternance” se refere a um regime de trabalho que combina formação teórica em um centro educacional e prática em uma empresa, permitindo que o trabalhador adquira experiência profissional ao mesmo tempo em que obtém uma qualificação. Existem dois tipos principais de contratos de alternance na França: o contrat d’aprentissage e o contrat de professionnalisation.
O Contrat d’Apprentissage é uma forma de contrato voltado para jovens entre 16 e 29 anos que estão buscando se qualificar para o mercado de trabalho. É uma combinação de aprendizado prático na empresa e teórico em uma instituição educacional. O objetivo do contrat d’apprentissage ao fim da formação é de obter um diploma ou título profissional.
O Contrat de Professionnalisation serve para pessoas que precisam adquirir qualificações profissionais, como jovens de 16 a 25 anos ou adultos desempregados. Assim como o Contrat d’Apprentissage, ele combina formação teórica e prática.
O Contrat Unique d’Insertion (CUI) é uma medida de incentivo ao emprego para pessoas que enfrentam dificuldades de inserção no mercado de trabalho, como desempregados de longa data ou pessoas com deficiência.
Ao assinar um contrato de trabalho na França, é essencial que o documento contenha informações obrigatórias, conforme estipulado pela legislação trabalhista francesa. Essas informações garantem clareza e transparência na relação entre empregador e empregado, protegendo os direitos de ambos. Abaixo, estão os principais itens de qualquer contrato de trabalho na França:
Além dessas, outras cláusulas podem ser necessárias dependendo da situação do empregado ou da empresa, por exemplo:
A jornada de trabalho na França é conhecida por ser mais curta em comparação a outros países, com uma carga horária legal de 35 horas semanais. Isso faz parte de uma política voltada para o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
O RTT, ou Redução do Tempo de Trabalho, é um sistema que compensa os funcionários que trabalham mais do que as 35 horas semanais, mas menos do que o limite de 39 horas. A diferença entre as horas trabalhadas além das 35 horas é compensada por dias de folga extra, chamados de dias de RTT.
Esses dias podem ser acumulados e usados como folgas adicionais ao longo do ano, proporcionando mais flexibilidade e descanso para o trabalhador.
Na França, todos os trabalhadores têm direito a 25 dias úteis de férias anuais, ou seja, 5 semanas. Além disso, os funcionários podem ter direito a dias de folga adicionais através do RTT ou de acordos coletivos com a empresa. O direito a férias é garantido a partir do primeiro ano de trabalho.
O salário mínimo na França chama-se SMIC (Salaire Minimum Interprofessionnel de Croissance), que é reajustado anualmente. Além disso, muitos contratos oferecem benefícios adicionais, como:
Entender os diferentes tipos de contratos de trabalho na França é essencial para garantir uma carreira estável e bem-sucedida. Desde o CDI, com sua estabilidade, até o CDD e os contratos temporários, cada um tem suas vantagens e particularidades.
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Me chamo Andreza Marques, engenheira civil que encontrou na França um lar e um mundo de oportunidades e desafios.
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