O sistema educacional na França é um assunto que pode causar confusão na cabeça dos brasileiros, devido às diferenças de nomenclatura das séries entre os dois países. Em outro post do blog, falamos sobre as modalidades de ensino na França, e abordamos de forma rápida sobre o sistema educacional francês. Por isso, criamos este post específico para te explicar tudo sobre como funciona a educação na França, do maternal ao doutorado!
O sistema educacional na França é estruturado de forma rigorosa e bem organizada, com etapas claras que acompanham o desenvolvimento das crianças desde os 3 anos de idade até a educação superior. Assim, ele se divide em:
O ensino na França é obrigatório dos 3 aos 16 anos e, em geral, gratuito no sistema público. No entanto, existem também opções de escolas privadas, que discutiremos mais adiante.
A École Maternelle é o primeiro contato formal da criança com o ambiente escolar e tem como objetivo principal desenvolver habilidades motoras, cognitivas e sociais, preparando a criança para o ensino fundamental. Embora não seja obrigatória, quase todas as crianças na França frequentam a maternelle. As atividades são principalmente lúdicas, mas já introduzem noções básicas de leitura, escrita e matemática.
No ensino fundamental I, os alunos começam a ser introduzidos a disciplinas acadêmicas de forma mais estruturada. O currículo inclui francês, matemática, ciências, história, geografia, artes plásticas e educação física, além de uma introdução a uma língua estrangeira, geralmente o inglês.
O Collège é obrigatório e comum a todos os alunos, sem diferenciação de áreas de estudo. Nele, os estudantes começam a ter disciplinas mais variadas, como física e química, história e geografia, matemática, francês, educação física e uma segunda língua estrangeira.
Ao final do Collège, os alunos fazem o exame Brevet des Collèges, uma prova nacional que avalia as competências adquiridas durante essa fase. Não é obrigatório passar no Brevet para seguir ao Lycée, mas ele oferece uma avaliação do desempenho do aluno.
No Lycée, os alunos podem optar por diferentes tipos de formação, de acordo com seus interesses e planos futuros:
O Baccalauréat (Bac) é o exame final que os alunos fazem ao final do Lycée (Terminale). É a principal porta de entrada para o ensino superior na França e pode ser comparado ao ENEM no Brasil. Os tipos mais comuns de Bac são:
O sistema educacional superior na França é organizado em torno de um sistema de ciclos e diplomas que segue o Bac. Após o Bac, as opções de ensino superior são amplamente categorizadas de acordo com os anos de estudo adicionais, representados pelos termos Bac +3, Bac +5 e Bac +8, indicando a quantidade de anos que o aluno estudou após o Bac. Por exemplo:
Vamos entender melhor como esses ciclos funcionam no sistema de ensino superior francês:
A Licença (ou “Licence”) é o primeiro diploma universitário, obtido após três anos de estudo no ensino superior. Este diploma é equivalente ao bacharelado no Brasil e se você está se perguntando se o seu diploma de 5 anos de uma universidade brasileira é considerado como Bac +3 na França, a resposta é sim.
Após concluir a Licença, os estudantes podem optar por continuar seus estudos com um Mestrado (Master), que geralmente leva dois anos para ser concluído (Bac +5). O mestrado é dividido em dois anos distintos:
O Doutorado (Doctorat) é o mais alto grau acadêmico na França e é realizado após a conclusão do Mestrado. O doutorado normalmente leva três anos para ser concluído, embora em algumas áreas possa levar mais tempo. Este programa é intensamente voltado para a pesquisa e culmina na defesa de uma tese original.
O sistema educacional superior na França pode ocorrer em diferentes tipos de instituições, dependendo da trajetória acadêmica ou profissional que o aluno deseja seguir:
E se você quiser saber mais sobre as modalidades de estudo na França, não deixe de conferir noss outro post do blog.
Na França, a maioria das escolas é pública e de excelente qualidade, o que significa que muitas famílias optam por essa opção. As escolas privadas, embora também sigam o currículo nacional, oferecem turmas menores, mais atenção individualizada e, às vezes, programas extracurriculares mais variados.
Se você busca algo mais personalizado ou bilíngue (para manter o português junto ao francês, por exemplo), as escolas privadas podem ser uma boa opção. No entanto, a maioria dos franceses utiliza o sistema público sem perda de qualidade.
Na França, o calendário escolar é bastante organizado, e uma das características interessantes é que o país é dividido em três zonas escolares (A, B e C) para otimizar a distribuição dos períodos de férias. Isso garante que as férias escolares não sobrecarreguem o turismo e a infraestrutura em todo o país ao mesmo tempo.
As zonas se aplicam principalmente para as férias de inverno e primavera:
Zona A:
Zona B:
Zona C:
Os períodos de férias são organizados ao longo do ano letivo e ocorrem aproximadamente a cada 6 semanas de aula, em uma tentativa de manter o equilíbrio entre tempo escolar e descanso para os alunos. As férias principais são as seguintes:
O sistema de pontuação nas escolas francesas difere bastante do sistema brasileiro. Na França, as notas são baseadas em uma escala de 0 a 20, e cada nota numérica corresponde a uma “menção” (comentário de desempenho) que reflete o nível de sucesso do aluno. Aqui está uma explicação detalhada de como funciona:
As menções são especialmente importantes no final do Lycée, quando os alunos passam pelo Baccalauréat (Bac), e também durante o Brevet des Collèges, no fim do ensino fundamental (Collège).
Os alunos na França são avaliados de forma contínua ao longo do ano letivo. Essa avaliação contínua é feita com base em provas, trabalhos escolares, participações em sala de aula e projetos. O resultado final é uma média das notas, e os alunos precisam alcançar uma média geral de 10/20 para passar de ano.
E para resumir tudo que vimos nesse post, resumimos os níveis escolares desde o maternal até o doutorado em um esquema:
O sistema educacional francês é robusto, estruturado e oferece uma base sólida tanto para quem deseja seguir carreira acadêmica quanto para quem prefere ingressar no mercado de trabalho rapidamente. Escolher entre o sistema público ou privado dependerá das suas necessidades e da localização, mas em termos de qualidade, o ensino público francês é amplamente respeitado.
Se você tem filhos ou pretende estudar na França, é importante se familiarizar com cada etapa desse sistema e planejar sua jornada educacional com cuidado.
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Me chamo Andreza Marques, engenheira civil que encontrou na França um lar e um mundo de oportunidades e desafios.
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